quarta-feira, 3 de julho de 2013

Você acha que seu diabetes está sob controle?


          

             Como todos sabemos o diabetes é uma doença silenciosa. Em outras palavras, ele tem a capacidade de nos trazer problemas sem entretanto nos dar alarmes.
            Infelizmente, de maneira geral procuramos ajuda quando temos sintomas como dor, febre, sangramento, extremo mal-estar, etc. É neste nosso ponto fraco que o diabetes pode nos surpreender negativamente.
            Muitos pacientes dizem a seguinte frase: “Eu conheço meu corpo e percebo que eu estou bem!” Porém, para ter certeza é necessário saber a quantas andam os níveis de glicose no sangue. Muitas vezes estou de frente a um paciente no consultório que está sem sintoma algum e quando meço a glicose o valor é de 450 mg/dl!
            Por isso, cada paciente deve discutir com seu médico a forma como deve medir as glicemias. Há pacientes que precisam medir as glicemias 5, 6 7 e às vezes até 8 vezes ao dia! Isto mesmo: 8 vezes ao dia! Há pacientes que precisam medir a glicemia a cada 2 ou 3 meses. Cada caso é um caso e deve ser discutido com seu médico.
            Que hora do dia devemos medir a glicose no sangue?  Muitos pacientes se acostumam  a medir as glicemias de manhã em jejum e quase nunca medem em outros horários. Devemos nos lembrar que o diabetes existe 24h por dia, 365 dias ao ano e por isso é necessário haver rodízio nos horários de medição. Os horários básicos são antes e 2h após o inicio do café da manhã, almoço e jantar e também às 3h da manhã. Obviamente que o número de medições varia de paciente para paciente.  Muitos pacientes porém medem todos os dias, mas quase nunca medem após o café da manhã ou após o jantar ou na madrugada. Isto deve ser policiado pelo médico e paciente.

Quais as metas de tratamento?
As metas são discutidas entre médico e paciente e individualizadas. Em adultos costumamos usar meta de glicemia antes das refeições menor do que 120 mg/dl e meta após as refeições menor do que 140 mg/dl. Estes valores podem ser aumentados em casos particulares como idosos e crianças. É bom deixar claro aumentos esporádicos de glicemia em nada interferem no risco de complicações cr6onicas do diabetes. Todo o paciente diabético apresenta elevações ocasionais de glicose, mas o que realmente nos preocupa é quando as elevações se tornam frequentes. Caso isto ocorra uma mudança no estilo de vida ou mudança nas doses de insulina devem ser feitos em conjunto  com o médico.

Hemoglobina glicada
            Todos sabemos que é impossível medir-se as glicemias a todo o minuto todos os dias. Haja dedos... Por isso, temos uma ferramenta que nos mostra a média das glicemias dos últimos 3 meses. Isto se chama hemoglobina glicada. A hemoglobina glicada mostra o percentual de glóbulos vermelhos estão “açucarados”. Normalmente pacientes diabéticos possuem meta abaixo de 7%. Idosos e crianças costumam ter metas abaixo de 8%, mas conforme dito antes, isto deve ser discutido caso a caso com o médico assistente.  Quanto mais tempo o paciente estiver com as glicemias e com a hemoglobina glicada acima das metas, maior o risco de sequelas a longo prazo. Alguns pacientes tentam fazer alguma forma de dieta para colher exames ou burlar o resultado dos exames de glicemia capilar, mas com a hemoglobina glicada podemos checar e confrontar os resultados. É com se a hemoglobina glicada fosse uma espécie de “dedo-duro” da vida do paciente diabético nos últimos 3 meses. 

Como anotar as glicemias?
As anotações de glicemia são fundamentais. Sem as anotações não há como o endocrinologista saber se as doses atuais de insulina estão adequadas ou não. Muitos pacientes entretanto anotam glicemias exclusivamente para levar para seu médico. É fundamental todos saberem que as anotações são primariamente para o próprio paciente ponderar sobre os resultados de seu tratamento, de sua reeducação alimentar e de seus exercícios.
O método mais conhecido de anotação é o caderninho. Para os pacientes mais afeitos à tecnologia temos:
·      aplicativos para celulares que conectam as glicemias do paciente ao médico em      
     tempo real;
·      tabelas em EXCEL;
·  programas que descarregam os dados do aparelho de glicemia diretamente no computador de médico e paciente.  

IMPORTANTE: É MUITO COMUM PACIENTE DIABÉTICOS APRESENTAREM UM PICO ESPORÁDICO E OCASIONAL DE GLICOSE MAIS ALTA. TAMBÉM
PODEM APRESENTAR HIPOGLICEMIA EXCEPCIONALMENTE. AS MUDANCAS NAS DOSES DE INSULINA SOMENTE DEVEM SER FEITAS SE ESTAS ALTERAÇÕES SE TORNAREM FREQUENTES.