Como todos sabemos o
diabetes é uma doença silenciosa. Em outras palavras, ele tem a capacidade de
nos trazer problemas sem entretanto nos dar alarmes.
Infelizmente, de maneira geral
procuramos ajuda quando temos sintomas como dor, febre, sangramento, extremo
mal-estar, etc. É neste nosso ponto fraco que o diabetes pode nos surpreender
negativamente.
Muitos pacientes dizem a seguinte
frase: “Eu conheço meu corpo e percebo que eu estou bem!” Porém, para ter
certeza é necessário saber a quantas andam os níveis de glicose no sangue.
Muitas vezes estou de frente a um paciente no consultório que está sem sintoma
algum e quando meço a glicose o valor é de 450 mg/dl!
Por isso, cada paciente deve
discutir com seu médico a forma como deve medir as glicemias. Há pacientes que
precisam medir as glicemias 5, 6 7 e às vezes até 8 vezes ao dia! Isto mesmo: 8
vezes ao dia! Há pacientes que precisam medir a glicemia a cada 2 ou 3 meses.
Cada caso é um caso e deve ser discutido com seu médico.
Que hora do dia devemos medir a
glicose no sangue? Muitos pacientes se
acostumam a medir as glicemias de manhã
em jejum e quase nunca medem em outros horários. Devemos nos lembrar que o
diabetes existe 24h por dia, 365 dias ao ano e por isso é necessário haver
rodízio nos horários de medição. Os horários básicos são antes e 2h após o
inicio do café da manhã, almoço e jantar e também às 3h da manhã. Obviamente
que o número de medições varia de paciente para paciente. Muitos pacientes porém medem todos os dias,
mas quase nunca medem após o café da manhã ou após o jantar ou na madrugada. Isto
deve ser policiado pelo médico e paciente.
Quais as
metas de tratamento?
As
metas são discutidas entre médico e paciente e individualizadas. Em adultos
costumamos usar meta de glicemia antes das refeições menor do que 120 mg/dl e
meta após as refeições menor do que 140 mg/dl. Estes valores podem ser
aumentados em casos particulares como idosos e crianças. É bom deixar claro
aumentos esporádicos de glicemia em nada interferem no risco de complicações
cr6onicas do diabetes. Todo o paciente diabético apresenta elevações ocasionais
de glicose, mas o que realmente nos preocupa é quando as elevações se tornam
frequentes. Caso isto ocorra uma mudança no estilo de vida ou mudança nas doses
de insulina devem ser feitos em conjunto
com o médico.
Hemoglobina glicada
Todos sabemos que é impossível
medir-se as glicemias a todo o minuto todos os dias. Haja dedos... Por isso,
temos uma ferramenta que nos mostra a média das glicemias dos últimos 3 meses.
Isto se chama hemoglobina glicada. A hemoglobina glicada mostra o percentual de
glóbulos vermelhos estão “açucarados”. Normalmente pacientes diabéticos possuem
meta abaixo de 7%. Idosos e crianças costumam ter metas abaixo de 8%, mas
conforme dito antes, isto deve ser discutido caso a caso com o médico
assistente. Quanto mais tempo o paciente
estiver com as glicemias e com a hemoglobina glicada acima das metas, maior o
risco de sequelas a longo prazo. Alguns pacientes tentam fazer alguma forma de
dieta para colher exames ou burlar o resultado dos exames de glicemia capilar,
mas com a hemoglobina glicada podemos checar e confrontar os resultados. É com
se a hemoglobina glicada fosse uma espécie de “dedo-duro” da vida do paciente
diabético nos últimos 3 meses.
Como anotar as glicemias?
As
anotações de glicemia são fundamentais. Sem as anotações não há como o
endocrinologista saber se as doses atuais de insulina estão adequadas ou não. Muitos
pacientes entretanto anotam glicemias exclusivamente para levar para seu
médico. É fundamental todos saberem que as anotações são primariamente para o
próprio paciente ponderar sobre os resultados de seu tratamento, de sua
reeducação alimentar e de seus exercícios.
O
método mais conhecido de anotação é o caderninho. Para os pacientes mais
afeitos à tecnologia temos:
·
aplicativos
para celulares que conectam as glicemias do paciente ao médico em
tempo real;
· tabelas
em EXCEL;
· programas
que descarregam os dados do aparelho de glicemia diretamente no computador de
médico e paciente.
IMPORTANTE: É MUITO
COMUM PACIENTE DIABÉTICOS APRESENTAREM UM PICO ESPORÁDICO E OCASIONAL DE
GLICOSE MAIS ALTA. TAMBÉM
PODEM APRESENTAR
HIPOGLICEMIA EXCEPCIONALMENTE. AS MUDANCAS NAS DOSES DE INSULINA SOMENTE DEVEM
SER FEITAS SE ESTAS ALTERAÇÕES SE TORNAREM FREQUENTES.