sexta-feira, 23 de março de 2012

Júlio Voltarelli

Infelizmente, dia 21 de março, tivemos uma perda irreparável para a Ciência Nacional: faleceu o Prof. Júlio Voltarelli aos 63 anos.





Hematologista e Imunologista de formação, com simplesmente 3 pós-doutorados nos Estados Unidos, foi ele que em 2003 teve a grande ideia de iniciar no Hospital das Clínicas da USP – Ribeirão Preto, o primeiro estudo em humanos no mundo avaliando o efeito do Transplante Autólogo de Células-tronco hematopoéticas para o tratamento do diabetes tipo 1. Na realidade a formação do grupo e a sua materialização se deu após sua conversas com o importante imunologista americano Dr. Richard Burt que havia pensado no projeto mas não o colocara em prática. Lembro-me muito bem como se fosse hoje quando nos reunimos pela primeira vez para discutirmos sobre as bases do “reset imunológico” envolvido no transplante  e sua vibração com o tema. Para um jovem pesquisador como eu que estava iniciando suas andanças eu diria que fui um privilegiado por tê-lo ao meu lado.
Impressionante sua capacidade de liderança e de aglutinação de uma equipe formada por mais de 50 profissionais. Em momento algum se colocava como superior e argumentava e aceitava contra-argumentações de terceiros com a maior desenvoltura.
Quando iniciamos o projeto em Diabetes Tipo 1 o grupo de transplante já tinha expertise no tema de imunomodulação com outras doenças como esclerose múltipla, lupus, artrite reumatóide, esclerodermia, etc.
Graças e ele e a todos da equipe fui o escolhido para ter a chance de suspender insulina de vários pacientes diabéticos tipo 1 envolvidos na pesquisa e a cada paciente que nós tínhamos êxito ele queria cada vez mais e mais resultados. Este trabalho nos rendeu além de inúmeras histórias, 2 publicações originais no concorridíssimo JAMA com direito a editoriais nas publicações. Ainda neste protocolo testamos o efeito da medicamentos inibidores da enzima DPP-4 nos pacientes que retomaram o uso de insulina e conseguimos com sucesso ineditamente suspender insulina novamente em mais 3 pacientes.
Devido à excelente repercussão e à seriedade dos nossos estudos, meios de comunicação como New York Times, Times, Le Monde, Reuters deram destaque ao nosso estudo liderado por ele.
Não contente com os resultados deste primeiro protocolo, em 2008 deu início à pesquisa com células-tronco mesenquimais também para diabetes tipo 1. Neste protocolo usamos células-tronco adultas porém sem necessidade de quimioterapia.
Em 2011 conseguimos aprovação do protocolo de transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas pelo FDA aglutinando centros reconhecidos em Chicago (Northwestn University com o Dr Richard Burt) e Paris (Hospital Sr Louis com a Dra Dominique Farge). Vale destacar que nós no Brasil, na maioria das vezes,  replicamos estudos desenhados no exterior e desta vez nós é que tivemos este papel mais nobre.
Não contente, numa de nossas últimas reuniões deixou no gatilho uma importante pesquisa em humanos sobre com Transplante de Células mesenquimais para o diabetes tipo 2. Porém desta vez participando também sua esposa e também nossa amiga endocrinologista a Prof Ângela Leal da Universidade Federal de São Carlos que já vem realizando experimentos em modelos animais de diabetes tipo 2.
Já não bastasse tudo isto, tratava-se ainda de um amigo leal, grande mestre, grande líder.
Certamente sua ausência será notada nos diversos seguimentos da medicina nacional, especialmente a Diabetologia, mas todos teremos o dever de manter aceso seu nome e seu legado de agora em diante.
Serei eternamente grato por tudo e honrarei sempre seu nome.
Descanse em paz!
Do seu amigo, colega, afilhado e aprendiz,
Carlos Eduardo Barra Couri

terça-feira, 13 de março de 2012

Diabetes foi tema de Entrevista em Programa em Ribeirão Preto

Em março, O Programa Pessoas com Letícia Gera da TV THATHI de Ribeirão Preto fez uma abordagem muito prática e objetiva sobre diabetes numa bela entrevista. 




                                                                               Clique aqui para assisitr ao vídeo

quinta-feira, 8 de março de 2012

Você sabe avaliar se o seu aparelho de glicemia está com o código adequado para a fitinha que você está usando?

Todos os diabéticos conhecem bem esta rotina. Aplicar insulina e medir as glicemias várias vezes ao dia. O que muitos não sabem é que muitos aparelhos de glicemia possuem códigos que devem ser pareados com os códigos da fita.

Vejam esta reportagem muito elucidativa realizada pela filial da Rede Globo do interior de SP (EPTV).


Clique aqui e assista ao vídeo

terça-feira, 6 de março de 2012

Mulheres diabéticas podem engravidar?

Com o passar dos anos o tratamento do diabetes tanto tipo 1 quanto tipo 2 tem melhorado. Hoje em dia temos controlado melhor a glicemia dos pacientes, mas também os pacientes portadores têm apresentado melhor qualidade de vida.

Em face disso, mulheres adultas diabéticas em idade reprodutiva têm demonstrado vontade e desejo de ter filhos obviamente como toda mulher.

Muitos mitos envolvem a gravidez da mulher diabética. É fato que o diabetes pode trazer diversas complicações para mãe e para o feto, porém isto não é uma sentença definitiva e pode ser contornado.

Por isso, nos dias de hoje não se recomenda a nenhuma mulher engravidar sem antes saber seu estado geral de saúde. Imagine então a mulher diabética.

Quando uma paciente diabética passa a expressar o desejo de ser mãe, a primeira ação é procurar o seu endocrinologista e seu ginecologista e saber seu estado atual de saúde antes de tentar engravidar.

Por que esta avaliação inicial é tão importante? Muitas pacientes só descobrem determinadas doenças após o início da gravidez e muitas vezes o feto já foi comprometido e a gestante não pode receber o tratamento adequado devido ao fato do medicamento poder prejudicar o concepto.

Existem alguns problemas de saúde na mulher que contra-indicam a gestação e outros problemas que não contra-indicam. Por exemplo, gestantes com insuficiência renal ou retinopatia graves não são aconselhadas a engravidar em momento algum. Outro exemplo é a gestante que vem com mal controle glicêmico: nestas pacientes devemos adiar a gravidez e rediscutir apenas depois de atingido o bom controle.

Além disso, muitas mulheres diabéticas usam remédios contra-indicados durante a gravidez e que devem ser suspensos ou trocados antes da gravidez e o médico deve julgar se a suspensão do remédio ou a troca pode  piorar ou não o estado geral da peciente.

Somente após checados todos estes detalhes é que o casal deve parar de usar os métodos contraceptivos e tentar a gravidez. O diabetes não nos impede de fazer nada, porém, as devidas adaptações devem ser feitas para não trazer sustos para a mãe e para o feto.

segunda-feira, 5 de março de 2012

"O Futuro do Diabete" foi lançado em 30 de julho de 2011

No dia 30 de julho aconteceu o lançamento do nosso livro  "O Futuro do Diabete". Fomos premiados com uma linda tarde de inverno, e para minha satisfação a Livraria Para Ler Megastore do  Ribeirão Shopping estava simplesmente lotada.

Sabemos que temas lúdicos e romances têm um apelo obviamente superior, mas gostaria de relalar que me senti bastante realizado de ver que cerca de 200 pessoas sairam para compartilhar conosco este lançamento. O que eu mais queria aconteceu: eu fui instrumento para se discutir, conversar, enfim, bater papo sobre o Diabetes.
Todos sabemos e documentamos a "epidemia" de diabetes e não há dúvida que discutir sobre um assunto é a melhor coisa para iniciar nossas ações. Quanto mais a mídia de massa falar sobre diabetes, melhor.

Estavam presentes muitos de meus queridos pacientes de várias partes do Brasil como Joara (Mato Grosso), Florianópolis, São Paulo, Campo Grande |(Mato Grosso do Sul) e inúmeros de Ribeirão Preto e cidades da região. Inúmeros colegas médicos renomados se fizeram presentes, assim como representantes e amigos da indústria farmacêutica, também de suma importância no tratamento do diabetes. Havia desde políticos  e industriais até simples trabalhadores rurais.

Fiquei emocionado com a paciência de várias pessoas, incluisive idosos e crianças, que permaneceram firmes na fila que se estendia até a porta da livraria. O tempo total foi de 4 horas e apesar de cansativo foi gratificante.

Sei que no meu consultório consigo conversar com um paciente de cada vez. Espero, entretanto, que com este livro eu consiga conversar com milhares de indivíduos ao mesmo tempo em prol de uma mehor qualidade de vida.

Espero que "O Futuro do Diabete" seja mais uma ferramenta para ajudar a tornar o diabetes nosso aliado e não nosso inimigo. Aceitar o diabetes é significa encarar de frente o problema e procurar estratégias para ter uma vida melhor, independente do diabetes. 

Com a ampla distribuição da Editora Abril, este livro estará disponível em todo o país ou pelo site http://www.iba.com.br

Dr Carlos Eduardo Couri - O Futuro do Diabete 1

Dr Carlos Eduardo Barra Couri - O Futuro do Diabete 2

Dr Carlos Eduardo Barra Couri - O Futuro do Diabete 3

Dr Carlos Eduardo Barra Couri - O Futuro do Diabete 3

Dr Carlos Eduardo Barra Couri - O Futuro do Diabete 4

Dr Carlos Eduardo Barra Couri - O Futuro do Diabete 5