É sabido que temos no Brasil cerca de 12 milhões de portadores de diabetes, sendo que cerca de 12% dos adultos são acometidos por esta condição.
É natural pensar que em meio aos que curtem carros e motos, muitos são portadores de diabetes inclusive em uso de insulina.
Como sempre advogo, o portador de diabetes pode e deve fazer tudo que puder ter acesso. Nadar, escalar montanhas, fazer mergulhos submarinos, etc. A diferença é que o portador de diabetes deve tomar uns cuidados a mais.
Imagine uma pessoa que tem diabetes sofrer hipoglicemia pilotando uma moto a 110 km/h...
Imagine um portador de diabetes viajando para praia com sua família e sente-me mal ao volante numa curva da estrada Rio-Santos...
Algumas condições devem ser levadas em conta ao utilizar veículos motorizados e são considerados fatores de maior risco como:
- deficiência visual geralmente por graus avançados de retinopatia diabética, catarata ou glaucoma.
- neuropatia diabética - doença dos nervos em que o paciente pode ter diminuição de sensibilidade nos pés e pode não dominar completamente os pedais da moto ou do carro.
- grandes oscilações de glicemia.
- hipoglicemias frequentes.
Por isso, portadores de diabetes e especialmente os usuários de insulina devem fazer uma lista de tarefas:
- acondicionar as insulinas adequadamente evitando expô-las ao sol e ao calor excessivo. O porta-luvas às vezes fica muito quente.
- ter sempre consigo a carteira de identificação de portador de diabetes.
- ter sempre consigo uma fonte de açúcar de liberação rápida para casos de hipoglicemia como por exemplo sachês de açúcar líquido. Lembre-se que em muitas estradas não há pontos de parada e uma hipoglicemia pode acontecer em qualquer lugar.
- É sempre bom medir a glicemia periodicamente. Não há regras para isto, mas é sempre bom o motociclista medir as glicemias com mais frequência, por exemplo antes da jornada e a cada 2 horas.
Lembre-se sempre de discutir com seu endocrinologista o que deve ser feito especificamente em seu caso.
Perspectivas futuras
Recentemente foram lançados no mercado aparelhos que têm um pequeno fio de silicone acoplado no tecido subcutâneo de pacientes portadores de diabetes. Este aparelho em seguida emite sinal via bluetooth para a tela de LCD do carro que mostra praticamente em tempo real a evolução das glicemias (veja figura abaixo).
O aparelho que mede glicose em tempo real já é vendido no Brasil, mas os carros com este dispositivos ainda não chegaram em nosso mercado. A Lincoln e a Ford já dispõe de carros com estes dispositivos.
Aparelho acoplado à pele do paciente que emite sinal para o pager (da foto acima) ou para o monitor do carro. O sinal de glicemia é enviado a cada 5 minutos |
Carro Lincoln MKZ com monitor que recebe via bluetooth sinal de glicemia do monitor de glicose |