Estamos vivendo e sendo testemunhas da era da terapia
celular. Em paralelo com toda a seriedade
e metodologia científica, todos estamos com muita fé nos resultados.
As
células-tronco possuem 2 características básicas que a definem:
· Auto-renovação;
· Capacidade de “transformar” células mais maduras e especializadas do que a célula de origem.
· Auto-renovação;
· Capacidade de “transformar” células mais maduras e especializadas do que a célula de origem.
Historicamente,
quando se fala de células-tronco a maioria do público leigo se lembra das
células-tronco embrionárias. Estas células são encontradas no embrião e são
capazes de se “transformar” em praticamente qualquer tipo de célula adulta de
nosso corpo e por isso são chamadas de pluripotentes.
Par que isto
aconteça em laboratório, basta utilizarmos substâncias certas no momento
certo que elas se “transformam” nas outras células de interesse.
Para usarmos
terapeuticamente as células-tronco embrionárias é necessário que elas sejam
primeiramente transformadas nas células que queremos, já “transformadas”.
Um dos
grandes desafios é que quando utilizamos células-tronco embrionárias elas
necessariamente vêm de outro ser vivo e por isso possuem outro DNA. Isto provocaria o que chamamos de rejeição.
Uma enorme
evolução ocorreu nos últimos anos e foi motivo de Prêmio Nobel de Medicina.
Pesquisadores conseguiram desenvolver as “células iPS” , ou seja, células
pluripotentes induzidas a partir de células adultas.
Mas como esta “iPS” é produzida? A partir
de uma célula adulta , por meio de técnicas complexas, cientistas conseguem
fazê-la se transformar numa célula-tronco embrionária. Isto mesmo! É como se a
célula entrasse numa máquina do tempo e voltasse ao estado embrionário. Desta
forma, com esta nova célula-tronco embrionária induzida a partir de uma célula
adulta podemos gerar teoricamente todos os tipos de células que quisermos.
A vantagem desta técnica é que poderíamos
ter outra fonte alternativa de células-tronco embrionárias sem a necessidade de
usarmos somente embriões das clínicas de fertilização. Outra vantagem é que se
poderia utilizar uma célula da própria pessoa a ser tratada, evitando a
rejeição que seria provocada se a célula-tronco tivesse outro DNA.
Pesquisas mais recentes do final de 2013
mostram que um aspecto teórico vem se tornando realidade: pesquisadores
japoneses conseguiram desenvolver um fragmento de tecido de fígado
exclusivamente com o uso das células “iPS”.
Em 12 de setembro de 2014 foi realizado o primeiro tratamento em humanos. Foi para o tratamento de degeneração macular de retina. Resultados clínicos ainda não foram divulgados.
Ponto-chave
no caso de pacientes com diabetes tipo 1 é a autoimunidade. Todos sabemos que o pâncreas do paciente com
diabetes tipo 1 é destruído pelo seu
próprio sistema imunológico. Por isso, não adianta transplantarmos um novo
pâncreas, mesmo que seja com o DNA dele mesmo,
se não manipularmos o sistema imunológico de maneira correta.
O mesmo se
aplica ao diabetes tipo 2. O pâncreas diminui a secreção de insulina muitas
vezes como consequência da obesidade abdominal. Por isso, não adianta
transplantarmos um pâncreas novo se o paciente permanece obeso e com péssimos
hábitos de vida.
O desafio é
grande! Certamente estamos atentos
anovas descobertas e também produzindo nossas próprias pesquisas no Brasil em
busca de melhores dias para os pacientes com diabetes.
Vamos em
frente!
Leia também: Por que meu pâncreas não produz insulina?