A insulinoterapia é a base do tratamento do diabetes tipo 1 e também pode ser necessária para os pacientes com diabetes tipo 2.
Entretanto, quase 100 anos após o desenvolvimento da insulina, um dos maiores mitos é a sua aplicação subcutânea. A história do tratamento do diabetes mostra imagens de seringas enormes, de vidro, reaproveitáveis e de aplicação realmente dolorosa.
Atualmente as seringas são produzidas com agulhas menores e mais finas e as canetas de aplicação promovem uma experiência ainda mais confortável na aplicação subcutânea das insulinas.
Muitos pacientes porém são ainda muito resistentes e muitos têm real pavor às injeções diárias.
Entre 2006 a 2007 foi lançada a primeira insulina inalada chamada EXUBERA. Por questões comerciais e também por questões de segurança ela foi retirada do mercado em cerca de 1 ano após seu lançamento.
Insulina inalada Exubera, primeira insulina inalada lançada - esteve no mercado de 2006 a 2007 |
Insulina inalada AFREZZA lançada nos Estados Unidos em junho de 2014 |
Sua ação se inicia após 15 minutos da inalação do pó e tem pico de ação após cerca de 50 minutos. Sua ação termina completamente após cerca de 2,5 horas. Por isso, ela deve ser administrada como uma insulina prandial, ou seja, a ser usada quando da alimentação para reduzir a glicemia pós-prandial. O correto é inalá-la imediatamente antes das refeições.
Como acaba de ser aprovada no mercado americano e ainda não foi sequer aprovada no Brasil, a segurança a longo prazo é incerta na prática clínica diária. Nos estudos clínicos pré-lançamento mostrou-se segura e bem tolerada. Os efeitos colaterais mais notificados pelos usuários foram tosse (25%), irritação a garganta (5,5%) e dor de cabeça (4,7%).
Por questões de segurança seu uso é somente indicado para maiores de 18 anos. Os estudos em crianças estão sendo conduzidos e esperamos sua liberação para crianças nos próximos anos. É ainda contra-indicada em pacientes doenças pulmonares crônicas como enfizema, asma e bronquite. Obviamente não deve ser usada por pessoas fumantes.
Nos estudos prévios ao lançamento, usuários de AFREZZA tiveram discreta redução da função pulmonar. Por isso, exames como espitometria devem ser feitos antes do início do uso, após 6 meses e em segura repetidos anualmente para motorizar eventuais os efeitos adversos pulmonares. Ainda não se sabe se este medicamento é capaz de provocar câncer de pulmão e estudos de segurança estão em andamento.
Infelizmente a AFREZZA não pode ser considerada a cura do diabetes, pois medidas como dieta, exercícios e medição da glicose precisam ser feitos. Mas sem dúvida trata-se de um grande avanço para uma melhor qualidade de vida para os pacientes diabéticos.
Para saber mais informações sobre a AFREZZA basta acessar o site da empresa MannKind no site http://www.afrezza.com .
Evite a automedicação. Consulte seu médico.
Leia também
A história da insulina
http://carloseduardocouri.blogspot.com.br/2012/05/licoes-sobre-o-descobrimento-da.html .
Quais os critérios para participar das pesquisas com células-tronco em diabetes tipo 1?
http://www.carloseduardocouri.blogspot.com.br/2013/03/por-que-o-transplante-de-celulas-tornco.html